Casas 'assombradas' viram lenda e atiçam imaginação popular


Portas e janelas que batem sozinhas, visão de vultos, audição de vozes estranhas, sensação de estar sendo vigiado. Essas são apenas algumas das situações que integram grande parte das famosas histórias de casas mal-assombradas de Araraquara. Lendas que atiçam a imaginação da população.
No Assentamento Bela Vista, um casarão abandonado, com cerca de 50 cômodos, tira o sono da vizinhança. Abrigo de centenas de morcegos, a construção data do início do século 19, época de ouro do café, e foi erguida pelos escravos que viviam nas senzalas localizadas na parte inferior da casa.

“As últimas famílias que moraram aqui, e isso faz uns 20 anos, diziam ouvir pessoas chorando e pedindo água. As vozes, segundo elas, vinham de uma espécie de porão que ficava embaixo da senzala, utilizado para acorrentar os escravos. Na tentativa de resolver o problema, eles tamparam a entrada desse espaço. Pelo que eu me lembro, isso resolveu”, conta o assentado Jailson Aparecido Nobre, de 26 anos, enquanto batia o pé para mostrar que parte do chão ficou oco após a reforma.

Jailson explica que, quando criança, brincava no espaço agora inacessível. “Ainda existe, está aqui debaixo. As paredes têm correntes e inscrições em números romanos. Fora isso, tem um túnel de aproximadamente 300 metros usado para ligar essa senzala a outra área da fazenda”, revela.
João Francisco da Silva, 69, conta que uma senhora conhecida como “Maria do seu Vidal”, afirmou, por diversas vezes, ter avistado algo estranho na enigmática casa colonial.

“Ela foi uma das últimas moradoras do casarão. Por diversas vezes, nos disse que uma mulher muito bela e bem vestida aparecia para ela segurando uma bandeja cheia de joias, dizendo que havia um tesouro embaixo do casarão, e que a dona Maria deveria cavar para encontrá-lo”, conta Silva, que completa. “Ela não teria motivos para inventar essa história. Era uma pessoa séria e correta.”

Relatos podem ser reais, diz padre exorcista
Padre da Igreja Católica Carismática, Fernando Fraga afirma que todas as visões citadas na matéria podem ser reais. “Trabalho em Araraquara há 26 anos. Já estive diante dos mais variados problemas espirituais, que foram resolvidos com a oração do exorcismo praticada por mim. Pessoas que ouviam e enxergavam coisas do além ficaram libertas e nunca mais tiveram problemas dessa natureza”, conta Fraga.

“Agora, por que alguns veem e outros não? Evidentemente porque os que têm essas visões possuem algum desenvolvimento espiritual mais elevado, ou seja, são altamente sensitivos. Já os que não enxergam esses fenômenos são classificados como protegidos”, revela Fraga, que acrescenta: “Alguns preferem não acreditar, outros acreditam por demais. A verdade é que quanto mais alguém tem medo da feitiçaria, dos espíritos maus, mais força eles têm perante essas pessoas. Termino lembrando as palavras do apóstolo São Paulo: ‘se Deus é por nós, quem será contra nós?’”.

Prédio centenário na Vila Xavier assusta moradores

Construído há aproximadamente cem anos, um prédio de quatro andares, localizado na rua Barão do Rio Branco, na Vila Xavier, é tema de várias histórias envolvendo supostas assombrações. “Era por volta de meia-noite. Percorria o corredor aqui de casa e, quando olho para uma das janelas do prédio, vejo um marinheiro todo de branco e com um chapéu enorme, parecido com aquele que Napoleão usava. Não tive reação”, revela o aposentado Fábio Alves, 64 anos.

Ele conta que o local já foi vendido dezenas de vezes. “Vem alguém, analisa o lugar e compra. Começam as reformas. Passa um tempo, essa pessoa vende. Aí vem outro, adquire, e começa a mexer no prédio novamente. Esse ciclo nunca termina”, diz Alves.

Para o morador, há algo de muito estranho com a construção vizinha a sua residência.“Um amigo meu, evangélico, disse que o local é amaldiçoado”, acrescenta.A dona de casa Maria do Carmo Garcia, 64, vive em uma casa bem em frente ao prédio há 62 anos. “Nunca vi nada de estranho. Aliás, há alguns anos, uma família chegou a ocupar uma das partes do local. Eles ficavam no último andar. Eram felizes e nunca reclamaram de nada.

Outra vizinha, que preferiu não se identificar, diz que já ouviu diversos relatos sobre a área com fama de assombrada. “Olha, muita gente já me falou ter visto luzes acesas em alguns cômodos, quando não, pessoas nas janelas. É o que eu já ouvi falar”, diz. Durante a entrevista, um fato curioso: dois urubus pousaram em uma das laterais da antiga construção. E lá ficaram. 

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