De início, a Igreja Católica era contra a prática da tortura, mas, em 1252, o papa Inocêncio IV promulgou a bula que autorizava os castigos físicos para a obtenção de confissões, consideradas a principal evidência de uma heresia. Durante o período de perseguição às bruxas, quem denunciasse outros supostos servos de Satã poderia ter a sorte de ser executado de uma maneira um pouco menos cruel.
• Instrumentos
Além de aparelhos sofisticados e de alto custo, eram utilizados instrumentos simples como tesouras, chicotes e barras de ferro aquecidas. É difícil distinguir os instrumentos de tortura daqueles destinados à execução, visto que ambos eram terríveis e, muitas vezes, levavam à morte de forma extremamente dolorosa.
Touro de Bronze
Primeiro dispositivo de tortura da
Grécia Antiga, consiste em uma peça oca suficientemente grande para
confinar uma pessoa. O touro, que inicialmente era apenas aquecido, foi
aperfeiçoado com uma complexa tubulação que fazia os gritos do condenado
soarem como o animal enfurecido.
Túnica Molesta
Criada a pedido do imperador romano
Nero, que queria impressionar o público dos anfiteatros com novos
espetáculos. Uma túnica de tecido fino era revestida por uma pasta feita
a partir de um líquido inflamável que alimentava uma verdadeira bola de
fogo humana até que todo o corpo fosse consumido.
Empalamento
Uma estaca de madeira com a ponta
afiada podia ser introduzida através da boca, umbigo ou - mais comumente
- pelo ânus. Verticalmente, a estaca atravessava o corpo sem atingir
órgãos vitais, o que fazia com que a vítima permanecesse viva durante
dias a fio.
Embora tenha mais de 3 mil anos - diz a
lenda que Assurbanípal, monarca assírio da Antiguidade, gostava de
assistir a sessões enquanto fazia as refeições -, o maior praticante do
empalamento da história foi Vlad Tepes, governador da Wallachia (atual
Romênia) no século XV e figura que inspirou Bram Stocker a escrever Drácula.
Vlad, o Empalador, como passou a ser chamado, foi prisioneiro dos
turcos até os seus 12 anos e com eles aprendeu a crueldade: acredita-se
que tenha torturado mais de 20 mil turcos com estacas de pinho no
chamado Campo dos Empalados.
Fogueira
Tida como um ato de misericórdia, a morte pela fogueira dava uma pequena amostra do fogo do Inferno para que o herege se arrependesse e tivesse a alma perdoada. Dependendo de como a pira fosse organizada, a morte podia acontecer de três maneiras distintas: por asfixia consequente da inalação de fumaça, que queimava a garganta e afogava os pulmões em seus próprios fluidos; por queimaduras causadas apenas pelo calor das chamas, que já era suficiente para descolar a pele; ou pelo próprio fogo, que repuxava as articulações - causando espasmos involuntários -, derretia pele e músculos e consumia todo o corpo em cerca de 45 minutos.
Pêndulo
Simples e rápido: com os pulsos amarrados atrás das costas por uma corda que se estendia até uma roldana, a vítima era violentamente suspensa e tinha os ombros deslocados. Para intensificar o sofrimento, podia ter pesos presos aos pés. Acredita-se que Maquiavel, autor de O Príncipe, tenha sido submetido a este tipo de tortura quando foi preso, em 1513.
Dama de Ferro
Também chamado Virgem de Nuremberg, cidade onde foi criado no século XVI, consta que tenha sido utilizado pela primeira vez em 1515 com um falsificador de moedas. A dama de ferro é um sarcófago de dois metros de altura com espinhos longos e afiados dispostos de forma a não atingir nenhum órgão vital e prolongar o sofrimento; duas portas, uma de cada lado, se abriam para dentro e para fora enquanto feriam pontos que ainda não haviam sido machucados. O acusado podia passar dias lá dentro sem que seus gritos fossem ouvidos.
Esmaga Cabeças
Capacete metálico que pressionava a cabeça contra uma base sob o queixo e tinha como objetivo "excruciar a mente demoníaca" - mas a lista de pensamentos que a Igreja considerava heréticos era tão extensa, que não era nada difícil encontrar um motivo para condenar alguém. Por ser mais frágil, o maxilar era o primeiro a quebrar; em seguida os olhos saltavam das órbitas e, por último, o cérebro vazava pelo crânio despedaçado.
Estripador de Peitos
Garras metálicas muito comumente aquecidas que dilaceravam os seios até torná-los irreconhecíveis; muitas vezes, quatro garras eram utilizadas simultaneamente. Uma variante do instrumento, que punia mulheres acusadas de adultério, era chamada de aranha: fixada na parede, prendia e puxava os seios até removê-los.
Roda
Inicialmente com as mãos e pés amarrados, a vítima tem os ossos esmagados por golpes de uma barra de ferro. Se conseguisse quebrá-los sem rasgar a pele, o carrasco seria aplaudido pela multidão por conta de sua habilidade. A ideia era não ter sangue ou fraturas expostas. Em seguida, o corpo desfigurado seria enrolado na parte externa da roda e queimado por brasas (ou espetado por agulhas) enquanto ela girava em torno de seu próprio eixo.
Berço de Judas
Peça triangular de madeira sobre a
qual a vítima, sustentada por correntes, era colocada de pernas abertas;
o afrouxamento brusco ou gradual das correntes tornava inevitável que o
dispositivo a penetrasse.
Burro Espanhol
Com pesos amarrados aos pés, a vítima era montada nua sobre a placa de madeira que tinha um formato triangular acentuado. O peso de seu próprio corpo contra o fio cortante acabava por dividi-lo ao meio.
Esfola
Com os braços amarrados acima da cabeça, o condenado tinha a pele lentamente retirada por uma pequena faca, começando pelos pés. A maioria das vítimas morria antes que o carrasco chegasse à sua cintura. Já conhecida no Oriente Médio e na África, a esfola foi largamente praticada durante a Idade Média.
Mesa de Evisceração
O acusado era deitado sobre a mesa e tinha os pés e as mãos imobilizados. Como um anzol, um pequeno ganho preso a uma corrente era inserido no abdômen através de uma incisão e extraía os órgãos internos.
Gaiolas Suspensas
Nuas ou seminuas, as vítimas eram aprisionadas em gaiolas pouco maiores do que elas mesmas e que, por sua vez, eram suspensas em postes ou vias públicas. O cadáver permanecia exposto até se desintegrar completamente.
Pera da Angústia
Composta por folhas metálicas que, quando abertas, se expandiam em até três vezes o seu tamanho, a pera era forçada através do ânus (em caso de acusação de homossexualismo), vagina (adultério e bruxaria) ou boca (blasfêmia). Dentes pontiagudos na extremidade das folhas auxiliavam a rasgar os intestinos, o útero ou a garganta
Cadeira da Inquisição
Nua, a vítima se sentava na cadeira coberta por espinhos que perfuravam as suas costas, pernas e braços. Além do seu próprio peso, cintas de couro apertadas ajudavam a aumentar a dor gradualmente; por vezes, brasas eram colocadas sob a cadeira e queimavam os pés do acusado. O método sobreviveu na França e na Alemanha até o século XIX.
Cadeiras das Bruxas
Pretendia imobilizar o acusado, prendendo-o de costas ao assento com as pernas no encosto, para intimidá-lo com outros métodos de tortura.
Cadeira do Tigre
Garfo
Garfo de metal com duas pontas afiadas que penetram o queixo e o tórax, matando lentamente por asfixia. Preso a um colar de couro que é colocado no pescoço, ao longo do instrumento lê-se os termos Abiuro e I renounce, uma vez que as heresias mais graves deveriam ser punidas com a renúncia à vida - mas ao menos a alma ainda seria salva.
Máscaras
Feitas de ferro e nas mais variadas formas (orelhas de burro ou focinho de porco, por exemplo), por vezes tinham artifícios internos como bolas que pressionavam os olhos ou o nariz, ou lâminas que dilacerariam a língua do condenado se ele tentasse gritar ou chorar. Ainda assim, o incômodo físico não era tão grande quanto a humilhação pública, visto que as máscaras eram uma forma de punir os mentirosos.
Garras de Gato
Garras metálicas suficientemente grandes para rasgar não apenas a pele, mas também os músculos da vítima.
Cavalete
Com os braços presos aos furos na parte superior e as pernas acorrentadas à outra extremidade, o acusado tinha as costas pressionadas pelo peso do próprio corpo contra o fio cortante do bloco. Enquanto isso, com um funil, o torturador tapava seu nariz e obrigava-o a ingerir água.
Banco da Tortura
Os romanos chamavam-no equuleus (cavalo jovem), mas o dispositivo pode ter sido inspirado na antiga lenda grega do gigante Procrustes, que esticava os viajantes em uma mesa de ferro até que eles coubessem nela. Este processo, que se resume a amarrar pulsos e tornozelos a tábuas gradualmente afastadas, provoca danos irreversíveis nos ossos e articulações.
Potro
Mesa com orifícios laterais onde o
acusado tem os membros amarrados pelas partes mais fortes, como
panturrilhas e antebraços. Quando uma manivela era girada, as cordas
produziam um efeito torniquete e, no mínimo, necrosavam os tecidos. A
legislação espanhola decretava um número máximo de cinco voltas
permitidas, para, caso o acusado fosse inocente, não ficasse com
sequelas irreparáveis. Entretanto e não raro, este número era excedido
até que os ossos fossem esmagados.
Garrote
Colar de ferro com pregos que penetravam a coluna cervical. Preso a um pilar, este instrumento foi muito usado na Espanha até o fim do século XX e podia matar tanto por asfixia quanto pelo esmagamento da coluna - o que viesse primeiro.
Serrote
Com as pernas abertas e amarrada de cabeça para baixo, a vítima era serrada ao meio. O fato de mantê-la de ponta a cabeça diminuía a perda de sangue e melhorava a oxigenação do cérebro, retardando a morte e prolongando a dor.
Botas
Cunhas de ferro que esmigalhavam pernas e pés. A cada pancada do martelo que apertava as peças, o inquisidor repetia a pergunta. Uma variante deste dispositivo era a bota espanhola, que, durante a Inquisição no país, era aquecida e comprimida por uma manivela.
Tortura Contemporânea
Tortura à Brasileira
O Brasil conviveu com a tortura durante o chamado Estado Novo (1937-1945) do governo de Getúlio Vargas e, principalmente, no Regime Militar (1964-1985). O mandato do general Emílio Garrastazu Médici, em especial, constituiu os chamados anos de chumbo, com desaparecimentos, severas punições e execuções dos opositores ao regime. Mas os castigos físicos não se resumem aos 21 anos de ditadura: em abril de 2001, a ONU divulgou um relatório com 348 ocorrências de tortura no Brasil registradas apenas nos meses do segundo semestre de 2000.
na verdade há divergencias historicas e projetos antigos que foram executados por pesquisadores mostram que a pera, era um projeto falho e não funcionaria como um metodo de tortura(só a inserção dela mesmo que teria o efeito na vitima, outro pequeno erro é no touro de bronze, que na verdade sim ele foi encomendado por um imperador, mas ele foi feito como uma maquina de execução mesmo, não só de tortura, a parte do som do animal também foi criada junto com ele, não foi adicionado depois, ele era feito em um sistema usando o tubo em espiral que fazia a voz da pessoa ecoar, já que por esse tubo seria a unica forma de ela respirar ali dentro devido a temperatura do ar, por sinal a primeira vítima do touro de bronze foi seu próprio artista. O imperador disse que não acreditava que o som sairia mesmo como o de um animal e pediu para que o artista soprasse no instrumento, quando ele entrou lá o imperador trancou a abertura do touro e mandou acenderem a fogueira abaixo. :)
ResponderExcluirVish :s
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