8 Rituais Maçonicos Em Detalhes


O mistério acaba aqui: para entender melhor o universo da maçonaria, conheça a história e as características dos mais tradicionais ritos maçônicos espalhados pelo mundo e pelos tempos, dos mais praticados aos mais obscuros
 
Tentar adentrar no mundo da maçonaria sem ser iniciado não é nada fácil. Por mais que a ordem não se auto-intitule como secreta, passam-se séculos e seus segredos continuam a ser muito bem guardados por seus membros. Mas, graças a pesquisadores como o escritor português Pedro Silva, conseguimos desvendar parte dos fascinantes enigmas maçônicos. Em seu livro O código da maçonaria (Universo dos Livros), Silva nos presenteia com revelações de símbolos, apresentação de temas polêmicos e até nos convida para uma viagem para mostrar a história dessa instituição nos mais variados países ao redor do mundo. Nas páginas a seguir, você vai poder acompanhar um trecho desta obra que traz interessantes e esclarecedores detalhes sobre os oito principais ritos maçônicos. Vá em frente.

Rito de Emulação

Mais utilizado pela Grande Loja Unida da Inglaterra, pensa-se estar próximo da mais antiga e pura Maçonaria. Neste caso, somente os três graus principais do ofício são chamados principais. Os demais Conhecem-se por “adicionais”, com destaque para o Royal Arch, considerado “a quinta-essência da filosofia maçônica”.

Outros dos graus inseridos neste caos é o de Mark Master, continuidade do grau de companheiro, cujo simbolismo anda em torno da leitura do Salmo 118, e a ligação dos Evangelhos à figura de Jesus Cristo. Por último, destaque para o Rito de Iorque, praticado nos Estados Unidos da América, o qual, além dos três graus simbólicos, aposta ainda nos dois complementares supracitados, a par dos graus críticos (como o Select master) e as Ordens de Cavalaria (em que se incluem a Red Cross e a Order of the Temple).

Rito Escocês Antigo e Aceito

Provavelmente um dos mais famosos entre todos, sendo que “continua a ser regido pelas Grandes Constituições de 1786, atribuídas por Frederico II. Os supremos conselhos formam uma confederação, senão de direito, pelo menos de fato, e efetuam conferências internacionais periódicas em que se procede a troca de pontos de vista sobre os problemas comuns, traduzindo-se em recomendações” (obra citada de Paul Naudon, p.111). Na verdade, os princípios adotados em 1875 garantem a existência de um princípio criador com o nome de Grande Arquiteto do Universo, sobrepondo-se à utilização do termo “Deus”.

Segundo os rituais inerentes a ele, os três primeiros graus garantem a iniciação tradicional, ao passo que os graus entre o 4º e o 14º conduzem ao conhecimento filosófico, os dos 15º ao 18º à identificação com o fator universal através do amor e o 30º grau é a síntese de todos os outros. Por último, 31º, 32º e 33º são graus puramente administrativos.

Rito Escocês Retificado

Tendo nascido no seio da Estrita Observância (fundada em 1756 pelo Barão de Hund), teve grande influência de J.B. Willermoz (1730-1824), um comerciante natural de Lyon. Sob sua presidência em 1778 realizou-se o dito Convênio das Gálias, com o intuito de reformar a Franco-Maçonaria. O Rito Escocês Retificado é composto pelas Lojas simbólicas de S. João (aprendizes, companheiros e mestres), pelas Lojas de Santo André (mestre escocês) e pela Ordem Interior (escudeiros noviços e cavaleiros benfeitores da Cidade Santa), dirigida por um Grão-Priorado e organizada em prefeituras e comendadorias.

O Código do Rito estipula que o “primeiro compromisso do franco-maçom é observar fielmente os seus deveres com Deus, o rei, a Pátria, os Irmãos e si próprio. Só o jura depois de haver a garantia do respeito que ele tem à Divindade e da importância que dá aos haveres do homem honrado. A cerimônia da sua recepção (...) prova-lhe que todos os Irmãos estão penetrados no amor do bem. Todos se comprometeram pelas mais santas promessas a amar e a praticar a virtude, a votar-se à caridade e à beneficência”. Segundo o ritual de iniciação de 1778, o recipiendário presta juramento sobre o Evangelho de S. João “de ser fiel à santa religião cristã, aos seu soberano e às leis do Estado” (obra citada de Paul Naudon, p.112-113). O maior destaque deste rito, em relação ao chamado Escocês Antigo, é, efetivamente, que neste caso há a referência explícita a Deus e à igreja cristã. Destaque, neste caso, para os grupos de graus deste rito: Loja de São Jorge, que abrange os chamados três graus básicos da Maçonaria – Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom; Loja de Santo André, que inclui os Mestres Escoceses, extraídos diretamente do Rito Escocês Antigo e Aceito; e Ordem interior, composta pelos graus de Escudeiro Noviço e Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa.

Rito Sueco

Bastante similar ao rito anterior, este nasce pela idéia de Eckeleff, na Suécia, no ano de 1756. Foi Eckleff que criou a primeira “loja escocesa de Santo André”, denominada A Inocente. Imbuídos do espírito do templarismo, o rito sueco assume o seu caráter puramente cristão, possuindo dez graus repartidos por três grupos distintos, a saber: Lojas de Santo André, Lojas de São João e Capítulos. Além disso, há ainda a destacar que, na Suécia, o chefe do 11º grau, chamado de Cavaleiro Comendador da Cruz Vermelha, a par de ser denominado oficialmente Vigário de Salomão, incrementando ainda mais as ligações anteriores, tem sido sempre detido pela mais alta figura da monarquia sueca, no caso o próprio Rei. A sua aparição na Suécia acontece no ano de 1853 e, de lá para cá, esse rito tem sido seguido à letra, tendo-se expandido igualmente para países vizinhos como Noruega e Islândia.

Rito de Mênfis

Foi constituído em 1838 por Marconis de Nègre e tem, tal como o rito sueco, uma forte tradição dos antigos cavaleiros templários. De acordo com sua linha histórica, teria sidoesta Ordem medieval a fundadora direta do rito de Mênfis. Porém, resta saber quem teria passado esse conhecimento aos cavaleiros do Templo. A resposta reside no sábio egípcio, de nome Ormus, o qual era sacerdote da cidade de Mênfis, uma das mais importantes do Antigo Egito, e posteriormente convertido ao Cristianismo sob o nome de São Marcos. Este rito compõe-se com noventa e cinco graus, um dos mais elaborados de que há conhecimento, tendo-se integrado, no ano de 1862, no Grande Oriente.

Rito de Misraim

Este rito analisado sabemos ter sido criado em torno de 1813 na Itália e introduzido, com maior vigor, na França por Marc, Michel e Joseph, três irmãos de apelido Bédarride. Utilizando comparações bíblicas, os seus promotores defendem que o rito de Misraim provém diretamente de Deus, que teria passado a sua vontade a Misraim, um dos reis do Antigo Egito. Tal como o rito anterior, este também possui vasto leque de graus, em número de noventa, divididos em quatro grandes pilares, no caso: simbólico, filosófico, místico e cabalístico. Uma das últimas lojas que se sabe praticar este rito era a Loja Mãe Arco-Íris.

No ano de 1959, após ter sido desperto novamente por Probst-Biraben, ambos os ritos (Mênfis e Misrai) fundiram-se, dando origem ao Supremo Conselho das Ordens Maçônicas de Mênfis e de Misraim Reunidas. Em 1963, abreviaram o nome para Rito Antigo e Primitivo de Mênfis-Misraim, funcionando ainda hoje na Europa , América do Sul e Austrália. A distribuição dos graus é a seguinte: o 9º é o Mestre Eleitos dos 9; 18º, Cavaleiro Rosacruz; 30º, Cavaleiro Kadosh; 32º, Príncipe do Real Segredo; e 33º, Soberano Grande Inspetor-Geral.

Rito Francês

No período de cisão, existente no seio da Grande Loja de França, em 1773, as mudanças teóricas não podiam deixar de acontecer. Não apenas se deu a criação do Grande Oriente de França e da Grande Loja Nacional, esta última com atividade errante e de curta duração, como também a determinação, em 1786, através da Assembléia do Grande Oriente de um sistema gradual de sete graus, de cariz profundamente francês, conhecido por rito francês moderno.

Aos três graus básicos (aprendiz, companheiro e mestre) juntaram-se aos superiores Mestre Eleito e Mestre Escocês, assim como os de Cavaleiro do Oriente e Soberano Príncipe Rosacruz. Mais tarde, em 1877, dando surgimento ao processo de separação que já havia acontecido anos antes, o Grande Oriente afastou-se também em nível oficial do “deísmo” antigo, avançando de forma vincada para a denominação de “Grande Arquiteto do Universo”.

Rito Operativo de Salomão

Entre todos, este é o mais recente, tendo sido criado na França no ano de 1974, pelos membros da “Ordem Iniciática e Tradicional da Arte Real” (O.I.T.A.R.). Esta era composta por um pequeno grupo Franco-Maçons independentes, sendo que a Bíblia fazia parte notária do seu ritual. Basicamente, integra nove graus, divididos em classes distintas, a saber: Primeira Classe, que engloba Aprendiz, Companheiro e Mestre; Segunda Classe, com Mestre Secreto e Mestre da Marca; Terceira Classe, incluindo Cavaleiro do Arco real e Cavaleiro Rosacruz; e Quarta Classe, com Guardião do Templo e Mestre de Nome Inefável.


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